Até quando você entregará seus problemas a super-hérois?
Até
quando você entregará seus problemas a super-hérois? Essa é uma filosofia de
vida que amarga milhares de pessoas para a profunda depressão, ansiedade e
inúmeras outras enfermidades. O outro não me entende, o outro me irrita, o
outro me magoou. Até quando você entregará o juízo de influenciar a sua vida ao
outro? Que importância é essa que os fatores externos influenciam e agem sob a
sua vida ao ponto de ter o poder de desestabilizar o equilíbrio e o emocional
que pertence unicamente e exclusivamente a você?
Não é
o outro, nunca foi, é você. A percepção é uma ferramenta poderosíssima e
deve-se a ela tudo que forma tuas ideologias e pensamentos. Aristóteles afirmou
no ano 300 a.C que percebemos os “sensíveis” pelos “sentidos. O filósofo atribui
a um modo de contato e de conhecimento da realidade, que se forma através do
seu sentido, não do sentido do outro. Sentido aqui são os que já conhecemos a milênios:
visão, audição, olfato, paladar e tato. Dessa forma, verifico a existência de
capacidades sensoriais que competem a cada individualidade, ou seja, cabe a
cada ser treinar e utilizar os sentidos de forma produtiva e benéfica de si
mesmo, ainda não compreendeu? Então vamos ao próximo parágrafo.
René
Descartes afirma em um de seus ensinamentos que aquilo “o que” percebemos não necessariamente
são as coisas, mas representações dela produzidas na mente, ou seja, uma ideia
ou um pensamento. Veja bem, o pensar é um atributo essencial do “eu pensante”,
as atividades mentais são submetidas ao “eu”, isso quer dizer em primeira
instância que duvidar, querer, julgar, imaginar e sentir são diferentes
modalidades do pensar. Para Descartes, as ideias que provêm de sensações,
internas ou externas, não podem nunca apresentar conteúdos confiáveis.
Pois
bem, Rafa eu ainda não entendi, então é o externo que me influencia ou eu que
deixo me influenciar pelo externo? Prossigamos assim a analisar sob a ótica de
David Hume. Esse autor classifica as percepções em duas classes, impressões ou
pensamentos. As impressões são percepções mais fortes e vividas, os pensamentos
são mais tênues menos vivazes. Segundo ele, todas as nossas ideias, na
qualidade de percepções mais tênues são cópias de impressões. As ideias
dependem das impressões para existir e os sentidos são como canais de recepção
dos materiais de que são feitas as ideias. Hume salienta que as impressões –
como sensações, sentimentos, emoções e os desejos são materiais que as
experiências dos sentidos fornecem à mente, para que assim, sua mistura forme
os pensamentos ou as ideias. Ou seja, como eu percebo, vejo, trato e até mesmo
vejo o outro é de brutal responsabilidade do “eu pensante”, a chave do segredo
para o equilíbrio mental é do “eu” e não do caráter do outro.
Immanuel
Kant concebe a percepção traçando a distinção entre fenômeno e coisa-em-si.
Segundo ele, a coisa-em-si jamais é percebida, pois é suprassensível, por estar
além da nossa capacidade sensível de apreender. A coisa-em-si não é para nós.
Já o fenômeno é a coisa tal como ela aparece para nós, e assim, conseguimos
percebê-lo. Esses fenômenos são percebidos através das sensações, ou seja, os
efeitos causados pelos objetos quando afetam nossos sentidos, dessa forma, é
necessário que exista um ativador, o qual o autor chama de consciência. Para
ele, a sensação é matéria da percepção, e para gerar isso é necessário que
existam formas de recepção, é aqui onde ele insere a competência da
individualidade, novamente, o problema não está no outro, mas sim na consciência
do “eu”, é na própria consciência que o sujeito percebe, é a sua consciência
que te deixa triste, alegre, motivado, determinado, desconfiado, irritado,
chateado e dentre outros aspectos emocionais.
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